Prepare o ebó ao dono da rua
Eu não fico só, despacho na encruza
Uma história vou contar de um povo aguerrido
Fez raiz nesse lugar
Acorrentado sobrevivo a dor vinda do invasor
Jamais perdi a esperança
Silenciaram a minha herança
A guia e o terço na mão, escondi da opressão
O santo protetor da minha vida
Segredo guardado, liberdade contida
Pra sempre escondida
Oxalá meu pai, ouça o meu clamor
Ogunhê meu pai, guerreiro vencedor
O axé me conduz, o amém a Jesus!
Só quero paz e amor
O que era profano virou devoção
Ibejís sorriram a Cosme e Damião
Atotô Obaluaiê, a flecha certeira do poder
Kaô kabecilê, Xangô é justiça
Oxumaré, o arco-íris ilumina
A bênção minhas yabás
Dos quilombos ancestrais
Destino traçado, de corpo fechado
Em noite de Ilu Aiyê
A zona leste vai enlouquecer
Ô meu tambor vai ecoar
Ô no altar ou no congá
A Paulicéia hoje é religião
No sincretismo vamos dar as mãos