E eu só queria uma noite
Um instante de instante que fosse
Entrelaçada em você
Inebriada do seu perfume de não sei o que
Me acordo encostado em teu peito, tua língua na minha orelha
Incrédula eu me deleito meio querendo o que
Enquanto sua boca confessa
Algumas ligeiras promessas
Suas unhas resvalando minha tez
Alucinando feito embriagues
Enfim rasante decolagem
Esquece e vai, bobagem
São só meu delírios
Revirando meus olhos
E meus pretos cílios se abraçando lento
Depois meus roliços ou postiços
São só meu delírios
Brotando dos poros
O lodo do cio
Deixando os corpos
Macios latentes doentes escorregadios
Suando bem frio quente bem
De uma soalheira feriu
São só meu delírios
Não me reco lírio
Me deixe a sós com meu martírio
Meus ogros, meus bichos, eufemismo e vícios
São só meus delírios
Não preciso de seus galanteios
Gosto das coisas que moram no meio
Careço do infinito, indecifrável
Pra escrever meus versos intermináveis