Nas areias frias, teus passos ecoam em silêncio profundo
Mar revolto embala o peso desse amor vagabundo
A Lua tateia as nuvens, traçando nosso rastro incerto
E eu, náufrago de desejos, me afogo no teu deserto
Cada suspiro teu reverbera como um sussurro velho
Minhas mãos buscam teus contornos, mas colhem só espelho
E o vento repete teu nome, carícia e punição
Respiro teu vazio, salgado, doce contradição
Lua de ressaca, embriagada
Lua de ressaca, me embebedou de saudade
Teu corpo lento, seus braços, seus olhos, sua boca, lembro da vontade
Quero me afogar perdidamente em você
Lua de ressaca, Lua embriagada
No final do teu ciclo, faz ele me querer
Teu adeus foi um eclipse, opaco, súbito e fatal
Consome minha calma, acende um desejo quase carnal
Os segredos que teus lábios guardam dançam nas marés
E eu, aprendiz do teu silêncio, perco o fôlego em papéis
Gravo tuas fotos em conchas, poema que se desfaz em brisa
Mas tua lembrança insiste, flecha que nunca avisa
Os astros conspiram a saudade, festa sem perdão
Cada fase tua me chama, me tortura o coração
Lua de ressaca, embriagada
Lua de ressaca, me embebedou de saudade
Teu corpo lento, seus braços, seus olhos, sua boca, lembro da vontade
Quero me afogar perdidamente em você
Lua de ressaca, Lua embriagada
No final do teu ciclo, faz ele me querer
No compasso instável das ondas, me entrego à ilusão
Teus beijos são brasas, marca viva na escuridão
Há beleza na ferida, brilho fugaz de paixão insana
Sou mar e sou Lua, loucura que nunca se engana
Lua de ressaca, embriagada
Lua de ressaca, me embebedou de saudade
Teu corpo lento, seus braços, seus olhos, sua boca, lembro da vontade
Quero me afogar perdidamente em você
Lua de ressaca, Lua embriagada
No final do teu ciclo, faz ele me querer
Lua de ressaca, Lua embriagada
No final do teu ciclo, faz ele me querer
Lua de ressaca, Lua embriagada
No final do teu ciclo, faz ele me querer